Conheça cada um dos tipos de erros de refração e seus tratamentos
Quando estamos enxergando corretamente, a luz é focalizada diretamente em nossas retinas, em um fenômeno chamado de emetropia; com isso, temos uma imagem clara e nítida. A refração da luz, ou seja, a curvatura da luz ao passar por diferentes meios no olho, é um processo padrão para a visão normal. No olho emétrope, existe uma correlação perfeita entre o eixo do comprimento do olho e seu poder refrativo.
Falando em refração, especificamente a ocular, esse processo define a luz que entra no olho e é curvada ao passar pela córnea e pela lente do olho, antes de se focar na retina. A córnea e a lente do olho são responsáveis por cerca de 80% da refração total do olho; já o cristalino é responsável pelos outros 20%. A refração é essencial para uma boa visão, porque a luz precisa ser focada precisamente na retina, que contém células fotossensíveis que convertem a luz em sinais elétricos que o nosso cérebro interpreta em tempo real.
Descubra os principais tipos de erros de refração e como corrigi-los.
O que são erros de refração?
Erros de refração são condições oftalmológicas que impedem o funcionamento normal dos olhos, os tornando ineficientes em focar a luz na retina, o que resulta em visão turva ou distorcida. Esses problemas visuais são relativamente comuns e ainda podem afetar pessoas de todas as idades.
O que causa os erros de refração?
Os erros de refração são causados por anomalias na forma do globo ocular ou na curvatura da córnea e/ou do cristalino. Essas alterações, como dissemos, fazem com que a luz não seja focada corretamente na retina. Especificamente, podem ocorrer por alterações no comprimento do globo ocular, quando ele é mais longo ou mais curto do que o normal. Outras causas dos erros de refração podem ser uma curvatura excessiva ou insuficiente da córnea, anomalias na curvatura do cristalino ou até alterações no índice refrativo do cristalino.
Tipos de erros de refração
Existem quatro diferentes tipos de erros de refração. Confira a seguir as características e sintomas de cada um.
Miopia
A miopia é caracterizada pela dificuldade em enxergar objetos distantes com clareza. Mesmo assim, pessoas com miopia geralmente não têm dificuldades para enxergar objetos próximos. Pessoas com essa condição têm dificuldade em reconhecer pessoas ou placas de trânsito à distância, além de sentirem dores de cabeça frequentes por conta do esforço visual.
Hipermetropia
Já na hipermetropia, a dificuldade é em focar objetos próximos, enquanto objetos distantes não são um problema. Quem tem hipermetropia pode sentir cansaço ocular ao ler ou realizar trabalhos que demandam a visão de perto. Isso pode levar a dores de cabeça frequentes e desconforto visual durante as atividades.
Astigmatismo
O astigmatismo resulta da curvatura irregular da córnea ou do cristalino, levando à visão distorcida em todas as distâncias. Os sintomas são visão borrada, dificuldade em enxergar detalhes tanto de perto quanto de longe, além de sensibilidade à luz. Pessoas com astigmatismo podem perceber imagens fantasmas ou distorcidas ao olhar para objetos.
Presbiopia
Por fim, a presbiopia, comumente conhecida como “vista cansada”, é causada pelo envelhecimento natural do cristalino. Sintomas comuns são a necessidade de afastar os objetos para ler com clareza e visão embaçada ao ler pequenos textos. Essa condição geralmente se desenvolve após os 40 anos e progride com o tempo.
Como o diagnóstico é realizado?
O diagnóstico dos erros de refração é feito por meio de um exame oftalmológico completo, que conta com vários testes que avaliam a precisão visual e a saúde dos olhos:
- Exame de acuidade visual: avalia a capacidade do paciente de ver claramente a uma determinada distância. São utilizadas letras ou símbolos em uma tabela de Snellen.
- Teste de refração: utiliza lentes de diferentes graus e configurações para determinar a lente que melhor auxilia a visão do paciente. Pode ser realizado manualmente ou com a ajuda de um refrator computadorizado, que mede automaticamente a refração do olho.
- Tonometria de aplanação: mede a pressão intraocular, importante para detectar condições como glaucoma.
- Exame de fundo de olho: avalia a saúde da retina e pode identificar outras condições oculares, além de erros de refração.
Saiba mais sobre erros de refração e cuide da sua visão!
Como corrigir os erros de refração?
Existem várias formas de correção para os erros de refração. Confira cada uma delas a seguir.
Óculos e lentes de contato
A correção dos erros de refração pode ser feita com o uso de óculos ou lentes de contato, que são opções populares por serem não invasivas. Além disso, por ambos serem fabricados com base nas necessidades detectadas nos exames do paciente, são extremamente eficazes.
Os óculos são produzidos com lentes que ajustam a maneira como a luz entra nos olhos, a focando corretamente na retina. Lentes de contato funcionam de forma parecida, mas são colocadas diretamente sobre a superfície dos olhos.
Ambas as soluções podem corrigir miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia. A escolha entre óculos e lentes de contato depende das preferências pessoais do paciente, de seu estilo de vida e de seu conforto, sendo, inclusive, possível alternar entre ambos conforme necessário.
Cirurgia refrativa
A cirurgia refrativa é uma opção para corrigir permanentemente os erros de refração, utilizando técnicas avançadas para remodelar a córnea e melhorar a focalização da luz na retina. Os procedimentos mais comuns são o LASIK (laser-assisted in situ keratomileusis) e o PRK (photorefractive keratectomy), ambos realizados com laser.
O LASIK é realizado levantando uma fina camada de tecido corneano (também chamada de flap) como uma tampa. Depois que o laser faz as alterações necessárias, o flap é reposicionado em seu lugar original, cicatrizando naturalmente sem a necessidade de pontos.
Já o PRK remove definitivamente a camada externa da córnea (também chamada de epitélio) para que o laser faça as alterações na visão — essa camada cresce novamente com o passar do tempo. Embora essa técnica tenha um tempo de recuperação mais longo e seja mais dolorosa, segue sendo uma boa opção para aqueles com córneas mais finas ou com outras condições que as tornam inaptas para o LASIK.
Uma terceira técnica mais específica, mas que vale a pena mencionar, é a implantação de lentes intraoculares. Esse procedimento é mais comum para a correção de catarata, mas também pode ser utilizado para tratar miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.
Embora as cirurgias sejam uma solução permanente e descartem a dependência de óculos e lentes de contato, devem ser consideradas apenas depois de uma avaliação detalhada por um oftalmologista.
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Fonte:
Manual MSD