Problemas de refração podem causar desconforto visual que afeta a qualidade de vida e o bem-estar de grande parte da população
Hipermetropia e astigmatismo são dois distúrbios visuais com ocorrência muito frequente, causando dificuldades para enxergar e afetando o bem-estar de pessoas das mais diferentes faixas etárias.
Apesar de comuns, a maioria das pessoas não sabe diferenciar uma condição da outra, ainda mais porque elas podem coexistir e gerar confusão sobre suas causas, sintomas e formas de tratamento, o que dificulta o diagnóstico e ainda pode piorar a progressão do quadro.
Entenda melhor sobre cada uma dessas alterações e saiba como proceder caso identifique algum sintoma típico de hipermetropia e astigmatismo.
O que é hipermetropia?
A hipermetropia é um erro refrativo que dificulta a visualização de objetos próximos. Isso acontece quando o globo ocular é mais curto do que o normal ou quando a córnea tem uma curvatura menor do que a ideal, fazendo com que a imagem se forme atrás da retina.
Pessoas com hipermetropia geralmente têm dificuldade para ler ou realizar atividades que exigem foco de perto, como costurar ou usar o celular. Dessa forma, as imagens ficam embaçadas quando enxergadas de perto e mais nítidas quando vistas de longe.
Em graus leves, a alteração pode passar despercebida, principalmente em jovens, já que o olho consegue compensar o problema. Com o tempo ou com o aumento do grau, os sintomas se intensificam.
O que é astigmatismo?
O astigmatismo também é um problema de refração, mas com características diferentes da hipermetropia. Nele, a curvatura irregular da córnea ou do cristalino faz com que a luz seja desviada e se concentre em vários pontos da retina ao mesmo tempo, provocando visão embaçada tanto para perto quanto para longe.
Essa condição pode ocorrer isoladamente ou em conjunto com a miopia ou hipermetropia. A visão distorcida e os contornos desfocados são as principais queixas de quem tem astigmatismo, especialmente em ambientes com pouca luz.
Diferença entre hipermetropia e astigmatismo
A principal diferença entre hipermetropia e astigmatismo está na forma como a visão é afetada. Na hipermetropia, a pessoa tem mais dificuldade para enxergar de perto, enquanto o astigmatismo provoca distorções na visão para qualquer distância.
Além disso, as causas da hipermetropia e astigmatismo também são diferentes, já que a hipermetropia está mais relacionada ao formato do globo ocular, que é mais curto. O astigmatismo, por sua vez, está associado à irregularidade da curvatura da córnea ou do cristalino.
Outro ponto importante é que é possível ter as duas condições ao mesmo tempo, o que exige atenção redobrada no diagnóstico e na escolha do tratamento mais adequado.
Sintomas mais comuns de hipermetropia e astigmatismo
Alguns dos sintomas de hipermetropia e astigmatismo podem se sobrepor, dificultando a identificação do distúrbio. Por isso, é fundamental consultar um oftalmologista para obter um diagnóstico correto da condição a partir de testes de refração e outros exames específicos.
Os sinais mais comuns de hipermetropia são:
- Imagem borrada de objetos próximos;
- Vista cansada;
- Dor de cabeça;
- Vermelhidão e lacrimejamento nos olhos.
No caso de astigmatismo, os principais sintomas incluem:
- Visão embaçada;
- Dificuldade para enxergar de perto e de longe;
- Sensibilidade à luz;
- Ardência nos olhos;
- Dor de cabeça frequente;
- Fadiga ocular;
- Necessidade de apertar os olhos para enxergar melhor.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da hipermetropia e do astigmatismo é obtido a partir de exames clínicos e oftalmológicos, como testes de refração para medir a acuidade visual e a ceratometria, que avalia a curvatura da córnea.
O ideal é que a consulta oftalmológica seja realizada anualmente, mesmo na ausência de sintomas, de forma a garantir o acompanhamento adequado da saúde visual.
Tratamentos para hipermetropia e astigmatismo
Por serem problemas de refração, ambas as doenças oculares podem ser tratadas da mesma forma. O uso de óculos e lentes de contato é indicado para direcionar corretamente a luz para a retina. A cirurgia refrativa também é uma opção, realizada com laser LASIK para remodelar a córnea.
A escolha do tratamento depende do grau da condição, da idade do paciente, do seu estilo de vida e da avaliação oftalmológica.
Hipermetropia e astigmatismo em crianças
A detecção precoce da hipermetropia e do astigmatismo em crianças é essencial para evitar prejuízos a elas no desenvolvimento escolar e social. Como os pequenos nem sempre conseguem perceber ou expressar exatamente os problemas visuais, os pais e responsáveis devem ficar atentos a sinais como:
- Aproximar objetos dos olhos para enxergar;
- Dificuldade para ler ou copiar conteúdos;
- Desempenho escolar ruim;
- Problemas de concentração;
- Quedas frequentes;
- Irritabilidade e falta de atenção.
O primeiro exame oftalmológico deve ser feito ainda no primeiro ano de vida, por volta dos 6 meses, com reavaliações periódicas conforme recomendação médica.
Prevenção e acompanhamento
Por serem condições genéticas, não é possível prevenir a hipermetropia e o astigmatismo. Porém, alguns hábitos indicados para manter a saúde dos olhos são:
- Evitar o uso excessivo de telas;
- Garantir iluminação adequada ao estudar ou ler;
- Evitar coçar e esfregar os olhos para não alterar o formato da córnea;
- Manter uma alimentação rica em vitaminas e antioxidantes;
- Realizar consultas oftalmológicas regularmente.
O acompanhamento contínuo com um especialista é fundamental para detectar alterações visuais precocemente e garantir qualidade de vida e conforto visual para o paciente.
Fonte:
Sociedade Brasileira de Oftalmologia